sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Mais da metade dos cabos eleitorais não pertence ao partido


As campanhas eleitorais, na última década, têm se tornado menos uma ação de militantes e mais um trabalho de profissionais, contratados temporariamente até as eleições. Entre as quatro candidaturas para as eleições majoritárias em Montenegro, já foram contratadas cerca de cem pessoas diretamente.
O número aumenta se forem contabilizados alguns candidatos a vereador que também contrataram ajudantes.
Publicitários, comunicadores, editores, agitadores de bandeiras, panfleteiros, carregadores de outdoors, além de assessorias jurídicas, fazem parte da lista de profissionais contratados pelas coordenações para dar suporte e visibilidade às campanhas eleitorais.
Uma boa parte das equipes de campanha é formada por militantes, que prestam serviço voluntariamente, em nome das ideologias dos partidos, coligações ou candidatos. Outra parte, um pouco maior, é constituída por pessoas contratadas temporariamente.
Michele de Paula, 28 anos, estava desempregada quando uma amiga sugeriu que procurasse um comitê em busca de emprego. “Pra mim foi bom, assim ganho um ‘troco’ até as eleições”, relata. O desemprego foi o que levou o jovem Deivid de Quadros Ramires, 18 anos, a procurar um comitê de campanha em busca de trabalho. “Depois da eleição, vou tentar arrumar um emprego”, aponta.
Depois de iniciar trabalhando para uma coligação, Roseni Ferreira, 28 anos, resolveu trocar. “Aqui pagam melhor e tem melhores condições”, explica. As amigas Fátima Veloso e Patrícia Gomes, ambas com 19 anos, também estavam desempregadas. “Um candidato conhecido nos ofereceu o trabalho”, conta Fátima.
Magali de Oliveira, 36 anos, veio de Santana do Livramento há um ano para morar com o filho em Montenegro. Depois de trabalhar três meses num frigorífico, viu-se novamente desempregada. “Fiquei seis meses parada até que começou as eleições (campanha). Procurei um comitê e estou trabalhando”, explica, com esperança de conseguir outro emprego depois das eleições.
Das seis pessoas entrevistadas pela reportagem, cinco afirmaram que votariam nos candidatos para os quais trabalham, e uma não vota em Montenegro. Uma pergunta torna-se pertinente nesta hora: onde estas pessoas vão trabalhar após as eleições?

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