quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Edição nº 2601 de 29 de agosto de 2008

Esteban Zapata, o pequeno caudilho


Com a crise financeira que abalava o Uruguai, em 2002, Gabriel Mederos, funcionário do governo, resolveu mudar com a família para o Brasil. Conhecia Montenegro e via aqui uma boa oportunidade para comércio. E assim, junto com a esposa, Daniela, os filhos Ângela Gabriela, Carlos Eduardo e Esteban Gabriel, com 10, 08 e 06 anos, respectivamente, chegaram à cidade em busca de um futuro mais certo.
Em 2008, entusiasmado pelo Projeto Câmara Mirim, Esteban, na 5ª série da Escola Estadual Manoel de Souza Moraes, inicia sua trajetória política ao se eleger como Vereador Mirim pela escola. Na primeira sessão da Câmara, é eleito Presidente do Legislativo Mirim. Na posse, em entrevista ao Jornal O Progresso, Esteban criou já sua primeira polêmica ao declarar-se contra a verba pública para as Escolas de Samba do município, que repercutiu entre as pessoas do meio carnavalesco.
Mas quem é este garoto de 11 anos, com idéias próprias e já líder de um Legislativo? Entre os livros de História, biografias, coleções de selos e moedas, Esteban vai consolidando seu pensamento político. Admirador do comunismo, “e seguidor”, conforme ele mesmo, paixão alimentada pelo tio Nestor, seguidor do Partido Comunista do Uruguai.
Dividindo-se entre as tarefas da escola, os aulas de violino na Fundarte, livros de carros antigos, Esteban tenta ser um menino normal. Torcendo pelo Grêmio e pelo Penharol (Uruguai), ele joga futebol na escola, “mas sou um perna de pau”, define-se.
Sobre o futuro, Esteban pretende seguir carreira militar no Exército. E deixa um recado aos atuais políticos: “Olhem para os lados, vejam a pobreza e apresentem uma solução. Se não souberem, procurem quem entenda do assunto, para não perder tempo”.

Estação de Tratamento não funciona e moradores pagam a conta



Os moradores do Bairro Bela Vista estão revoltados. Quando adquiriram os terrenos, estava incluída no projeto uma estação de tratamento de esgoto cloacal. A estação nunca funcionou, e o esgoto deságua em terras particulares, causando erosões. A partir de uma interferência do Ministério Público, a Prefeitura vai intimar os moradores a instalarem fossas e sumidouros nos terrenos.
Paulo Cabral, presidente da Associação Comunitária do Bairro Bela Vista mostra a bacia, onde deveria ser tratado todo o esgoto cloacal do bairro. Como o equipamento não está funcionando, o esgoto é desviado, passa por baixo da linha férrea e deságua nas terras da sede campestre do Clube Grêmio Gaúcho. Ao longo do caminho percorrido pelas águas, formaram-se vários focos de erosão. Para agravar a situação, o esgoto, que deveria desaguar no Arroio da Cria, encontra um terreno mais alto, e fica parado no local. “Ali se formou um filtro natural”, explica o Diretor de Meio Ambiente, André Venâncio.
André argumenta que seria inviável colocar o equipamento a funcionar. “As máquinas teriam um custo alto. Os moradores teriam que pagar uma taxa mensal. Com a fossa e o sumidouro devem gastar cerca de R$ 300,00 e não terão problemas por mais de dez anos”, relata.
O Presidente da Associação, entretanto, garante que os moradores não aceitarão a solução apresentada pela Administração. “Há muito tempo estamos tentando resolver o problema, e a solução que eles apresentam é o morador gastar mais dinheiro?”, questiona Cabral.

Uma montenegrina na Bienal do Livro de SP


A escritora montenegrina e colunista do Jornal O Progresso Carina Luft participou da 20ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, acompanhando uma comitiva de 47 novos escritores gaúchos, capitaneada pelo premiado autor Charles Kiefer. Carina acompanhou as palestras, visitou estandes, conheceu o mercado editorial e falou à platéia sobre seu trabalho.
No último domingo, dia 17 de agosto, Kiefer proferiu a palestra A Produção da Nova Literatura do Sul do Brasil, quando debateu com os novos autores gaúchos o panorama da produção literária do Rio Grande do Sul. Durante este evento, alguns números revelaram a qualidade da literatura gaúcha. “A maior parte das produções literárias são gaúchas, porque gaúchos apresentam um trabalho literário sério e de qualidade e o RS é respeitado no meio literário por isso”, assinala Carina.